'Wicked: Parte 2' aprofunda o musical com desfecho que pode cansar, mas emociona; g1 já viu

  • 18/11/2025
'Wicked: Parte 2' aprofunda o musical com desfecho que pode cansar, mas emociona Quem começa a ver "Wicked" (2024) quase acredita que a história é leve e divertida. Entre números musicais, mágica e piadinhas, é só no final que a fantasia se quebra, encerrando em tom sombrio e dramático. "Wicked: Parte 2" parte dessa virada, e daí pra frente, as emoções ficam à flor da pele. O filme, que encerra a saga de Glinda e Elphaba, estreia nesta quinta (20) nos cinemas brasileiros. E é dos poucos casos em que dividir uma trama original (neste caso, um espetáculo musical) foi bom não só para os negócios: foi melhor pra história mesmo. Mais tempo e explicação No fim de "Wicked", descobrimos que, na verdade, o Mágico de Oz é um tirano farsante e a heroína Elphaba (Cynthia Erivo) é injustiçada. Ela decide fugir e deixa sua melhor amiga Glinda (Ariana Grande) pra trás. Também é assim que acaba o primeiro ato da peça musical. No teatro, há um intervalo ("intermissão") entre as duas histórias. É a hora de dar uma volta, ir ao banheiro e limpar a mente. No caso dos filmes, essa intermissão levou cerca de um ano, o que dá um respiro pra gente como audiência. Nesta parte, o universo se expande em vários arcos dramáticos e novos cenários. Também é aqui que vemos outro lado da história de Dorothy, o Homem de Lata, o Espantalho e o Leão Covarde, de “O Mágico de Oz”. Elphaba (Cynthia Erivo) e Glinda (Ariana Grande) em 'Wicked: Parte 2' Divulgação Mas como qualquer fã da peça pode te dizer, o segundo ato é um pouco caótico e não tem a construção do primeiro. Por isso, “Wicked: Parte 2” acerta ao dividir a história e explorar a segunda parte no detalhe. Claro, ajudou a ter mais chances de prêmios, mais bilheteria e tudo o mais. Mas foi bom criativamente também. Graças ao tempo extra de tela e à ajuda dos mil recursos que o cinema permite, a história — que já era emotiva — ganha corpo nesta parte. A divisão também ajuda na mudança de tom, dando até mais tempo para que o público do primeiro esteja mais velho para esta parte. Em “Wicked: Parte 2”, a trama fica mais delicada, com dilemas morais e mortes. Em outras palavras, é aqui que a história fica adulta. Entre o bem e o mal Prova de que “Wicked” tem uma história interessante em mãos é que não é fácil explicar quem é bom e quem é mau. Esse é o fio condutor da segunda parte: em algum ponto, todos os personagens se veem na linha tênue entre bondade e maldade. A trajetória de Glinda, "a Boa", é a mais simbólica nesse sentido. Ela é a nova “garota-propaganda” de Oz e está prestes a se casar com o príncipe Fiyero (Jonathan Bailey). Na teoria, vive tudo que sempre sonhou, mas isso envolve promover uma mentira: a de que Elphaba, sua melhor amiga, é a “Bruxa Má do Oeste”. Ariana Grande brilha nessa transição. Com uma personagem mais contraditória, ela traz humanidade e vulnerabilidade para o papel. Se ela já foi indicada ao Oscar pelo primeiro filme, a indicação neste é praticamente garantida (alguns veículos internacionais apostam até na vitória). Talvez a artista tenha trazido sua própria carga pessoal para Glinda. Ambas são figuras públicas, lidando com suas próprias contradições e sonhos. E toda essa emoção é nítida na tela — inclusive quando ela está sozinha em cena. Glinda (Ariana Grande) e Fiyero (Jonathan Bailey) em 'Wicked: Parte 2' Divulgação Cynthia Erivo não é menos impressionante. Graças à atuação calorosa dela, Elphaba demonstra doçura, raiva, amor e solidão. E é essencial pra que a gente preserve o carinho pela personagem, mesmo em suas escolhas mais ambíguas. A cena de “No Good Deed”, grande música dela neste filme, é de arrepiar. As protagonistas não deixam dúvidas de que um musical como esse precisa de grandes vocalistas. No primeiro, elas precisavam ter timing cômico e química pra conduzir a história; desta vez, trazem uma baita carga emocional, não só nas falas, como nas músicas. Além delas, vale dizer que Boq (Ethan Slater) e Nessarose (Marissa Bode) também ganham com esta adaptação, e os atores têm mais espaço pra trabalhar. O arco da irmã de Elphaba, em especial, chega mais redondo na versão cinematográfica. Isso ajuda muito a sentir o que a trama pede. O que não funciona Os dois filmes "Wicked" são muito fiéis aos textos da peça, mas nem tudo funciona na telona. É o caso da "briguinha" entre Elphaba e Glinda, que no cinema fica meio boba para o momento dramático do filme. Mas serve para aliviar um pouco a tensão. A parte dois também não ganhou muito com as novas músicas, "No Place Like Home", de Elphaba, e "A Girl In The Bubble", de Glinda. Não dá pra saber se é uma tentativa de ganhar um Oscar de Melhor Canção Original, ou de dar a esta parte mais músicas marcantes (já que a primeira tem algumas das melhores). Glinda (Ariana Grande) e Elphaba (Cynthia Erivo) em 'Wicked: Parte 2' Divulgação Seja como for, as duas tentativas podem acabar saindo frustradas, já que as músicas não são tão fortes quanto as originais. A canção de Glinda é bela, mas desacelera o filme em um momento importante, enquanto a de Elphaba não agrega tanto — ainda que "No Place Like Home", que fala sobre ser rejeitada em sua própria terra, tenha um valor especial no atual contexto político dos EUA. O filme perde um pouco de ritmo com essas e outras cenas extras. Parece que é um risco que os roteiristas preferiram correr: antes pecar pelo excesso que pela falta de explicação. Final digno do tamanho de 'Wicked' Com quase duas horas e meia de duração, "Wicked: Parte 2" vai encantar os fãs da peça, enquanto pode ser cansativo para quem não conhece a história original. Mas é, sem dúvidas, um belo fim para a saga. Da icônica "For Good" até a tocante cena final, a ideia aqui é emocionar, fazer você pensar em amigos e família (se puder assistir com eles, melhor ainda). Dá certo: até na cabine de imprensa, tinha gente fungando no fim. Ao todo, a adaptação eleva o nível da peça da Broadway, expandindo o universo e aprofundando a história. Finalmente, fãs de “Wicked” podem respirar aliviados: os filmes não estragaram nada — muito pelo contrário, só deixaram tudo mais grandioso.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2025/11/18/wicked-parte-2-aprofunda-o-musical-com-desfecho-que-pode-cansar-mas-emociona-g1-ja-viu.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes