Rodrigo Santoro diz que 'O Último Azul' sai da mesmice; filme brasileiro tenta vaga no Oscar

  • 29/08/2025
(Foto: Reprodução)
'O Último Azul' aborda etarismo em distopia amazônica Após vencer o Urso de Prata no Festival de Berlim, "O Último Azul" chegou aos cinemas nesta quinta-feira (28), enquanto tenta uma vaga no Oscar 2026. Com direção de Gabriel Mascaro, o filme é uma distopia amazônica que debocha do etarismo e tira sarro do sistema capitalista. Assim como "Boi Neon" (2015) e "Divino Amor" (2019), o novo longa do pernambucano reafirma seu interesse em cutucar feridas sociais. Dessa vez, ele se inspirou em uma história pessoal. Pensou em sua avó, que "criou horizontes" após a morte do seu avô e mostrou que "nunca é tarde para redescobrir a vida". "Queria um filme muito lírico, muito delirante, muito pop", diz o diretor em entrevista ao g1. "Um filme que fosse brincalhão, livre e conversasse com o público brasileiro." Filme brasileiro 'O último azul', com Rodrigo Santoro, levou prêmio no Festival de Berlim Fabrizio Bensch/Reuters Caracol baba-azul "O Último Azul" conta a história de Tereza (Denise Weinberg), mulher de 77 anos que trabalha como faxineira em uma indústria frigorífica de jacarés, na região amazônica. Ela leva uma vida simples e pacata, mas é convocada para uma colônia habitacional de idosos. Criada pelo governo, essa colônia funciona como uma limpeza geracional. A lei determina que todos os idosos com mais de 80 anos devem ficar exilados ali até a morte — para não atrapalhar o trabalho do restante da população. Mas uma mudança legislativa transforma a idade mínima do exílio para 75 anos, e Tereza fica com os dias contados. É quando ela decide realizar seu sonho de voar de avião, antes que seja tarde demais. A protagonista inicia, então, uma jornada visceral de experiências. Ao cruzar os rios da região, ela encontra o caracol baba-azul, bicho que solta uma gosma azulada neon. Dizem que uma gota dessa é capaz de revelar o futuro de qualquer um que a pingue nos olhos. "É pensar nessa contradição da Amazônia enquanto um lugar de produção, economia, e também de encanto", afirma Gabriel. Para ele, o filme tem uma visão apaixonada pela pulsão da vida. 'O Último Azul' vence Urso de Prata no Festival de Berlim Reprodução/TV Globo A condenação do envelhecer É mais ou menos o que também pensa Denise Weinberg, que faz o papel de Tereza. "Não é um filme de velho, ou sobre velho.", afirma a atriz. "É um filme que vê o velho como uma pessoa ainda em pulsão." "O jovem não deve falar 'pera aí, vovó, fica ali quietinha no sofá'. O idoso acaba se acomodando porque a família o aprisiona numa caixinha de idoso. Não, ele ainda é capaz de fazer muita coisa. São desejos diferentes dos de uma pessoa de 30 anos, mas não deixam de ser desejos." Denise defende que o desprezo pelos idosos está diretamente atrelado ao capitalismo. Esse olhar conduz as críticas do "O Último Azul", que zomba do sistema com diálogos engraçados e, às vezes, cenas sutis — o filme inicia com uma linha de produção industrial. "A Tereza é uma personagem com muitas camadas. Ela é simbólica. Na nossa sociedade, ficar velho significa que acabou, o famoso 'perdeu'. É se preocupar com procedimentos estéticos, uma porção de coisas para não deixar de ser jovem. Isso é escravidão", afirma a atriz. Rodrigo Santoro, que contracena com ela, acrescenta que Tereza foge de estereótipos do protagonismo idoso no cinema: "Geralmente, são personagens ligados a finitudes, memória, família. São sábios que dão conselhos... Nunca é um personagem com pulsão de vida". Em "O Último Azul", o ator faz o papel de um barqueiro que paga de machão, mas esconde sua personalidade sensível. Ele e Tereza encontram juntos o caracol baba-azul, momento crucial para a trajetória de ambos. "O Último Azul", com Rodrigo Santoro, vai concorrer ao Urso de Ouro de melhor filme Reprodução/TV Globo Novo momento no cinema Brasileiro que mais atuou em filmes internacionais, Rodrigo se mostra empolgado com os recém-prêmios conquistados pelo cinema nacional, como o Urso de Prata de "O Último Azul" e o Oscar de "Ainda Estou Aqui" (2024). "Cada vez mais, o cinema brasileiro encontra a sua identidade." Ele diz ainda que o momento é inspirador, mas menciona outra razão para além dos troféus. "Ver o que aconteceu com 'Ainda Estou Aqui', de repente todo mundo no cinema... O espectador participando ativamente, alimentando a indústria que conta as nossas histórias." "As premiações internacionais são muito importantes, estamos todos orgulhosos e felizes, mas eu chamo a atenção para o movimento que talvez seja a retomada do público brasileiro no cinema." É daí que surge seu maior desejo para "O Último Azul": "Que esse orgulho que o público está sentindo se converta em presença nas salas de cinema".

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/cinema/noticia/2025/08/29/rodrigo-santoro-diz-que-o-ultimo-azul-sai-da-mesmice-filme-brasileiro-tenta-vaga-no-oscar.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes