Paula Fernandes relembra pressão no mercado musical: 'Não me vendi, não me prostituí, não quis acelerar'

  • 28/11/2025
(Foto: Reprodução)
Em dezembro de 2010, o Brasil conheceu o nome de Paula Fernandes, que participava, naquele momento, do especial de Natal do cantor Roberto Carlos. Paula apareceu com um corselet azul junto com uma saia cheia de babados, peças que viraram marcas registrada da cantora por anos (rendendo até uma fama de brega). No ano seguinte, lançou seu álbum ao vivo, que trazia hits como "Pássaro de fogo", "Meu eu em você", "Pra você" e "Jeito de mato". A agenda de 2011 tinha mais de 200 shows por todo o país. Com o passar do tempo, Paula foi usando figurinos mais descolados e adotando um visual e um som mais pop. Em 2024, chegou a apostar em uma Paula mais sexy, fazendo até um ensaio sensual. Mas agora, em 2025, Paula quer resgatar sua versão de 2011. Para isso, a cantora resgata seu corselet e lança o EP chamado "Simplesmente, eu". Nele, traz "Amar de novo", uma versão de "Set Fire To The Rain", de Adele. A música foi lançada nesta quinta-feira (27) e ganha um videoclipe nesta sexta-feira (28). A música foi escrita por Paula em sua própria casa, diante da lareira, em um momento de resgate ao tempo de compor, que se tornou cada vez mais escasso para a cantora ao longo dos anos. "Acho que isso era essencial que acontecesse. Esse equilibrar a vida pessoal com a vida profissional, porque eu estava trabalhando como uma camela. E eu precisava desse desacelerar justamente para resgatar a alma da obra", afirmou a cantora em entrevista ao g1. Paula Fernandes anuncia fase de "resgate de si" com álbum "Simplesmente, eu" Reprodução/Instagram/Divulgação "Então, nesse dia, eu pude estar tranquila para compor mais uma música. E 'Simplesmente, eu' é baseado nisso, nesse resgate da cantora, que eu até falo que tem cheirinho de 2011. Repaginado, obviamente." Paula afirma que o sucesso de 2011 é consequência desse tempo que ela tinha para conceber suas obras. "Eu tive tempo para estruturar. Ele não vendeu 2,5 milhões de cópias à toa. A criação daquilo leva tempo." "E depois disso as pessoas começaram a me cobrar: 'Não, porque tem que ter o hit, o próximo hit, o próximo'. Espera aí, mas eu não preciso de tempo. Eu não sou assim, sabe? Se fosse fácil, todo mundo fazia o tempo inteiro. O meu processo é esse. E eu tive esse tempo agora, de mais equilíbrio para compor." Leia parte da entrevista de Paula Fernandes ao g1 sobre sua nova fase: g1 - Você acha que essa pressão por lançamentos prejudicou, em algum momento, a sua carreira? Paula Fernandes - Com certeza, porque assim... embora eu tenha sido sempre muito cabeça dura para algumas coisas, eu remei contra a correnteza inúmeras vezes. Eu não sei ser diferente. A minha alma é assim, a minha forma de criar é assim. Eu não me vendi, eu não me prostituí, eu não quis acelerar algo que não era o momento. O meu timing é diferente e eu acho que os meus fãs já entenderam isso. Para ser eu, tem que ser bem feito, sabe? Eu não consigo fazer diferente. Então, atrapalhou no sentido de... é uma pressão psicológica para uma pessoa que tá ali estourada, aconteceu um tanto de coisa. Paula Fernandes anuncia fase de "resgate de si" com álbum "Simplesmente, eu" Cadu Fernandes/Divulgação Ainda mais sendo a única mulher naquela época, naquele momento estava acontecendo e tudo, é muita responsabilidade. São muitas pessoas que você emprega na sua equipe, milhões de fãs à espera de um hit, a gravadora, o investidor, isso e aquilo outro... Eu sou só uma pessoa, eu sou um ser humano como qualquer outro. Por mais que eu estivesse preparada para viver aquilo, eu também precisava respirar. E esse respirar me trouxe para o momento presente. g1 - Você publicou uma frase no seu Instagram falando sobre o fato de sua nova fase resgatar sua fase antiga. Fiquei olhando os comentários e muitos fãs comentaram que talvez você tivesse se perdido no caminho. Eles disseram: "Ah, criticavam muito que ela era brega, mas era a raiz dela. O errado foi ela tentar seguir o conselho das outras pessoas". Você vê isso? Você acha que você se perdeu em algum momento? Paula Fernandes – Não. Eu acho que todo mundo tem direito a sua opinião. E a internet, infelizmente, é terra de ninguém. A gente não sabe quem está atrás do teclado do celular digitando. Isso aí é uma coisa que a gente não tem controle. Mas o balanço que eu faço é um é um balanço muito positivo. Embora eu seja uma pessoa como todo mundo, que errei e acertei, eu acho que meu saldo positivo é muito maior. Principalmente dessa experiência, essa bagagem que eu fui adquirindo. As pessoas podem ter tido uma má impressão mesmo. Mesmo porque muita gente vai falar assim: "Nossa, você tá sumida". Eu não estava sumida. Eu acho que eu nunca estive tão presente comigo mesma. E eu acho até que o momento presente, é o maior sucesso que eu já vivi. Porque aquela intensidade, aquela aceleração, ela não era equilibrada, ela não estava saudável para mim. Eu viveria aquilo de novo? Poderia ser, mas eu acho que sem o equilíbrio não tem consistência. E eu quero estabilidade. g1 – Em 2019, quando você lançou o álbum "Origens", você falou que estava numa fase mais madura, sem tanto autojulgamento, sem procurar em si tantos defeitos. E agora você está com 41 anos, que é uma idade que muita gente diz que é a fase em que não ligamos mais para críticas e julgamentos. Então queria saber quem é a Paula do EP "Simplesmente, eu", tanto a artista quanto a "civil"? Paula Fernandes - Isso, é o CPF e o CNPJ. Eu sempre gostei de separar porque durante muito tempo as duas estiveram separadas demais. Eu acabei sendo muito a artista em casa e abandonando a pessoa durante muitos anos, mas isso foi uma necessidade. Porque eu fui arrimo de família, eu deixei de brincar para estar em cima do palco, eu era o dinheiro da casa. Mas depois de um tempo, quando comecei a conquistar esses sonhos, realizar esses sonhos, eu tive tempo para resgatar também essa Paula, a pessoa que é o CPF, até chegar num equilíbrio assim. Eu acabei sendo madura para muita coisa muito cedo, e muito despreparada para outras por falta de experimentar mesmo. Como que você pode ser uma adulta totalmente preparada se eu não fui criança e não fui adolescente direito, né? Mas eu achei que valeu tudo a pena. Eu encarei como uma oportunidade, porque por mais sofrido que tenha sido... crescer dói, né? Eu acho que isso responde o que você está me perguntando: é maturidade, é serenidade, é perder um pouco a pressa. E a questão da crítica, para mim, hoje é indiferente. Sempre alguém vai criticar, isso é natural de quem está sendo exposto. Mas o importante é eu não me perder de mim. Por isso que é 'Simplesmente, eu' mesmo. Eu sou essa aqui. Vai ter quem ame. E quem não ame também. Para mim, tá tudo bem. g1 – E nessa nova fase, além do corselet, o que mais tem de volta de Paula Fernandes? Paula Fernandes em imagens do início da fama TV Globo / Zé Paulo Cardeal/Divulgação Paula – Ah, o chapéu, graças a Ana Castela, que botou o chapéu na minha cabeça. E eu acho que é muito da energia também, dos arranjos. A produção em si, eu sempre tive a mão toda lá dentro. Desde compor as canções, até participar da produção. Fui diretora musical do projeto todo, participando da parte do marketing também, da construção junto com toda uma equipe. g1 - Aproveitando que você falou da Ana Castela, queria saber como você vê o atual cenário sertanejo. O Gustavo Mioto esteve no g1 Ouviu e comentou que ele tem achado que o cenário atual do sertanejo está uma mesmice, que as pessoas estão copiando muito as outras e não tem tido renovação. Você concorda? Paula Fernandes – Então... Vou deixar bem claro que eu estou dizendo como consumidora de música, não como que quem faz música. Acho que a gente passou um período que realmente estava repetitivo mesmo. Ficou cansativo, saturou. Mas eu sinto uma onda muito boa nova vindo com mais sentimento, até com mais romantismo também. Está uma fase de transição. E de resgate. Tanto é que tem muita gente fazendo regravações desses sucessos antigos, o que eu acho muito positivo. g1 - E que que que você tem ouvido de novo? Paula Fernandes – Gosto muito do Tiago Iorc. Sei que não é do meu gênero, mas eu gosto muito dele. Eu falo para ele que ele tem um pezinho no sertão. Ele é muito bom. Tenho muita vontade de gravar alguma coisa com ele. Ele é o conjunto né? É compositor, canta bem, toca bem, compõe bem, ele é incrível. Paula Fernandes abre as comemorações de aniversário de Guararema Divulgação

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/circuito-sertanejo/noticia/2025/11/28/paula-fernandes-relembra-pressao-no-mercado-musical-nao-me-vendi-nao-me-prostitui-nao-quis-acelerar.ghtml


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