O elo amoroso entre Amaro Freitas e Emicida

  • 12/12/2025
(Foto: Reprodução)
Amaro Freitas (à esquerda) toca piano no estúdio em que gravou participação em três faixas do álbum de Emicida Vitor Barbosa / Divulgação ♫ ANÁLISE ♬ A habilidade de Emicida para erguer pontes indestrutíveis já ficou evidenciada no título do álbum AmarElo, lançado pelo artista paulistano em outubro de 2019. No álbum que apresentou ontem, 11 de dezembro, Emicida Racional volume 2 – Mesmas cores e mesmos valores, o rapper experimenta volta às origens da batalha como MC a partir de reinterpretação do álbum Cores & valores (2014), disco do grupo conterrâneo Racionais MC’s, pilar do rap de São Paulo. Contudo, permanece a disposição de Emicida para fazer conexões. E uma das mais fortes do novo álbum é com Amaro Freitas, pianista pernambucano que, ao longo dos últimos dez anos, vem ganhando progressiva aclamação no universo do jazz, dentro e fora do Brasil, desde que lançou o álbum Sangue negro (2016). O elo amoroso entre Amaro Freitas e Emicida está exposto em três das dez faixas do álbum do rapper. A primeira está alocada logo na abertura do álbum. Trata-se de Bom dia né, gente? (ou saudade em modo maior), música composta por Amaro a partir de áudios de Jacira Roque de Oliveira (1964 – 2015), a Dona Jacira, mãe de Emicida, falecida em julho aos 60 anos. O piano de Amaro embasa os áudios de Jacira. Amaro Freitas também toca em Finado neguim mesmo? (Emicida) e Us memo preto zica (Emicida, Edi Rock, Ice Blue, KL Jay e Mano Brown). A conexão de Amaro Freitas com Emicida promove e reforça o encontro entre matrizes negras oriundas da mesma África matricial, já que jazz e rap descendem da mesma diáspora negra que liga a música do mundo com os sons do continente africano. O elo entre Amaro Freitas e Emicida acontece no embalo do encontro do pianista com Criolo, outro rapper paulistano da geração de Emicida. Com Criolo, Amaro já tinha se conectado em gravações com Milton Nascimento – cuja música parece englobar todos os ritmos do mundo em amalgama pessoal – e com Dino D'Santiago, cantor e compositor português de ascendência cabo-verdiana. O trio formado por Amaro, Criolo e Dino já tem inclusive um álbum pronto para ser lançado, estando programado para o primeiro trimestre de 2026. Já o elo amoroso com Emicida fecha um 2025 inquieto em que Amaro Freitas expandiu fronteiras musicais com um piano de toque tão universal (por falar a língua do jazz) quanto intimamente enraizado nas matrizes negras da música de Pernambuco, estado natal deste compositor e músico excepcional nascido no Recife (PE) em 1991. Com Emicida, Amaro Freitas se espraia em mais um segmento da música brasileira com a disposição de quem sabe que já conquistou o mundo, mas que ainda tem um mundo a conquistar.

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/12/12/o-elo-amoroso-entre-amaro-freitas-e-emicida.ghtml


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