Marco Nanini ilumina o palco com a alma lírica da canção brasileira

  • 03/12/2025
(Foto: Reprodução)
Marco Nanini dá voz (bem preparada) a músicas como 'Carinhoso' e 'Chão de estrelas' Rodrigo Goffredo ♫ OPINIÃO SOBRE MUSICAL DE TEATRO Título: Alma brasileira – Ensaio nº 2 Atuação e canto: Marco Nanini Cotação: ★ ★ ★ ★ ♬ Ator que já incursionou pela seara dos musicais de teatro nas encenações de espetáculos como Pippin (1974) e O corsário do rei (1985), Marco Nanini iluminou o palco do Teatro Glaucio Gill na noite de ontem, 2 de dezembro, com a apresentação de Alma brasileira – Ensaio nº 2. Espécie de recital, no qual o ator transita por repertório composto por músicas brasileiras (a maioria da era pré-Bossa Nova) com o toque dos teclados do músico Gabriel Gravina, o espetáculo encerrou o festival idealizado por Rafael Raposo para celebrar, com 30 peças em 30 dias, os 60 anos desse espaço teatral carioca situado no coração do bairro de Copacabana, fundado em 1958 com o nome de Teatro da Praça e rebatizado em 1965 como Teatro Glaucio Gill. Baseado em roteiro criado pela atriz Camilla Amado (1938 – 2021), vista no telão em vídeo em que cantava Non, je ne regrette rien (Charles Dumont e Michael Vaucaire, 1956), sucesso da cantora francesa Edith Piaf (1915 –1963), Alma brasileira poderia ter soado como recital corriqueiro, até banal, se não estivesse em cena um intérprete da grandeza de Marco Nanini. Mesmo sem ser vocacionado para o canto, o ator atingiu o âmago das músicas a que deu voz, preparada pelo diretor musical Felipe Abreu. Foi o grande ator que pisou em Chão de estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1937) com sensibilidade e emoção interiorizada, realçando o lirismo poético dos versos em decassílabos desse emblema da canção brasileira. Ali o palco ficou iluminado com a alma e a luz do ator gigante. Sob direção de Cesar Augusto, em clima de ensaio (já houve um ensaio anterior dirigido por Amir Haddad, por isso o “nº 2” do título do espetáculo), Nanini seguiu roteiro que entrelaçou músicas com crônicas de mestres do gênero como os escritores Antônio Maria (1921 – 1964), Luís Fernando Veríssimo (1936 – 2025) e Rubem Braga (1913 – 1990). De Antônio Maria, tão cronista quanto compositor, Nanini tentou seguiu o passo do Frevo nº 3 do Recife (1957) em número que aludiu à origem pernambucana do ator projetado na década de 1970 na cidade do Rio de Janeiro (RJ), saudada com o canto da Valsa de uma cidade (Antônio Maria e Ismael Silva, 1954). Foi com O homem trocado, crônica de Veríssimo, escritor falecido em 30 de agosto, que Marco Nanini abriu o roteiro literário e musical para em seguida cantar Decididamente (1976), música afinada com o tom da crônica de Veríssimo. Grande surpresa do roteiro, Decididamente é título esquecido da parceria de Edu Lobo com Vinicius de Moraes (1913 – 1980), sendo música apresentada na trilha sonora do espetáculo de teatro Deus lhe pague (1976), na voz do próprio Nanini, e desde então nunca mais regravada. Se não acompanhou a cadência bonita do altivo samba Mora na filosofia (Monsueto Menezes e Arnaldo Passos, 1955), o ator soube dar a devida intensidade passional ao tango A media luz (Edgar Nonato e Carlos Lenzi, 1925), trilha sonora perfeita para a crônica Uma tarde em Buenos Aires, de Rubem Braga. Atriz e cantora, Sandra Pêra entrou em cena com vivacidade para cantar a rumba Escandalosa (Moacyr Silva e Djalma Esteves, 1947) – sucesso de Emilinha Borba (1923 – 2005), cantora da era do rádio – e engatar dueto com Nanini no samba Diz que tem (Aníbal Cruz e Vicente Paiva, 1940), sucesso da matricial Carmen Miranda (1909 – 1955). No fim, em clima de congraçamento com a plateia que superlotou o Teatro Glaucio Gill (havia gente no chão, tamanha foi a procura por ingressos), Nanini puxou o canto coletivo de Carinhoso (Pixinguinha, 1917, com letra de Braguinha, 1937), choro-canção que sintetiza a alma lírica e sentimental da música brasileira, mote desse recital envolvente desse excepcional ator que sabe muito bem fazer o papel de cantor no palco iluminado. A atriz e cantora Sandra Pêra participa da apresentação de “Alma brasileira – Ensaio nº 2” feita por Marco Nanini no Teatro Glaucio Gill Rodrigo Goffredo

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/12/03/marco-nanini-ilumina-o-palco-com-a-alma-lirica-da-cancao-brasileira.ghtml


#Compartilhe

Aplicativos


Locutor no Ar

Peça Sua Música

Top 10

top1
1. Deus Proverá

Gabriela Gomes

top2
2. Algo Novo

Kemuel, Lukas Agustinho

top3
3. Aquieta Minh'alma

Ministério Zoe

top4
4. A Casa É Sua

Casa Worship

top5
5. Ninguém explica Deus

Preto No Branco

top6
6. Deus de Promessas

Davi Sacer

top7
7. Caminho no Deserto

Soraya Moraes

top8
8.

Midian Lima

top9
9. Lugar Secreto

Gabriela Rocha

top10
10. A Vitória Chegou

Aurelina Dourado


Anunciantes