Marina Lima chega aos 70 anos como um símbolo perene de modernidade e sofisticação na música brasileira

  • 17/09/2025
(Foto: Reprodução)
♫ ANÁLISE ♬ Gata todo dia, Marina Lima chega hoje aos 70 anos. É até difícil de acreditar nessa afirmação, pois a música dessa artista – nascida em 17 de setembro de 1955 – desafia as noções de tempo com modernidade indelével. Com álbum de inéditas e nova turnê no horizonte sempre jovial, Marina Correia Lima é caso à parte na música brasileira. Marina Lima com Pabllo Vittar no Lollapalooza Brasil 2025 A artista surgiu em 1978 com approach mais pop, mas sem provocar ruptura radical com a MPB. Tanto que o single inicial tinha música de Caetano Veloso, Muito (1978). Só que Marina, beneficiada pela corrente feminina que impulsionou em 1979 as carreiras de cantoras que também eram (ótimas) compositoras, vislumbrou novo começo de era pop na música brasileira e se alinhou com a geração 80, assim como também fizeram Lobão e Lulu Santos. Marina é mesmo da geração pop dos anos 1980. Na foto da contracapa do primeiro álbum, Simples como fogo (1979), ela posou com uma guitarra sem encarnar exatamente uma roqueira, pois a artista sempre friccionou rótulos e padrões como cantora, compositora e instrumentista. Sofisticada, mas não a ponto de ser considerada hermética, a música de Marina Lima se afinou com a poesia pop e moderna do irmão Antonio Cicero (1945 – 2024), nascido dez anos antes, mas alinhado com Marina na revolução geracional dos anos 1980, década em que o rock deu blitz na MPB, como sintetizou Gilberto Gil em frase lapidar. É difícil imaginar Marina sem Cicero. E vice-versa. Um potencializou o talento do outro. A reboque da poesia de Cicero, e também da própria escrita (mais evidenciada a partir de 1987), Marina versou sobre sexo, amor e tesão em músicas escritas sem moralismo. A obra da artista é feminina, construída sem qualquer ranço do machismo entranhado na sociedade. Lésbica, Marina se tornou ícone do universo LGBTQIAPN+ já na década de 1980 pela postura libertária. A artista nunca se escondeu ou fez tipo, ainda que somente tenha falado explicitamente sobre a orientação sexual de forma pública a partir de entrevista de 2004. De toda forma, a obra de Marina sempre falou por si só sem nunca ter sido panfletária. Por ora, a discografia da artista totaliza 17 álbuns de estúdio. O suprassumo da obra fonográfica é formado pelos álbuns Fullgás (1984), Virgem (1987), Marina Lima (1991) e O chamado (1993). Mas cabe ressaltar que Clímax (2011), álbum gerado pela vivência paulistana dessa artista de alma carioca, é disco que merece ser (re)descoberto pela alta qualidade da safra autoral. No todo, a discografia de Marina é coerente e nunca parou no tempo. O último álbum, Novas famílias (2018), conversou com o Brasil atual. É que Marina Lima pertence ao seleto clube de artistas da música brasileira que estão em contínua evolução e inquietação criativa, sem apelar para a repetição de fórmulas. Cada disco tem um universo particular, ainda que todos dialoguem entre si. Até a questão do canto – fragilizado em 1996 por problema nas cordas vocais – foi resolvida com o tempo porque Marina sempre foi intérprete que tem o que dizer e, nesse sentido, a voz é um instrumento para propagar a ideologia exposta no cancioneiro da artista. Conhecida no meio artístico pela força da personalidade, Marina lutou e disse muito “não”, antes de se tornar artista independente, para preservar a integridade da obra. Nunca apelou para fazer sucesso. Mesmo assim, chegou a ser uma cantora de alcance massivo entre 1984 e 1995. A partir dos anos 2000, com a progressiva segmentação do mercado da música, Marina passou a cantar para públicos mais antenados e específicos, sem perda do prestígio. E hoje aos 70 anos, como ontem e como sempre, Marina Lima permanece como símbolo de modernidade e requinte na música brasileira. Marina Lima faz 70 anos hoje, 17 de setembro de 2025 Reprodução / Facebook Marina Lima

FONTE: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2025/09/17/marina-lima-chega-aos-70-anos-como-um-simbolo-perene-de-modernidade-e-sofisticacao-na-musica-brasileira.ghtml


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